Às vésperas de completar cinco meses, o assassinato da menina Beatriz
Mota, de 7 anos, em Petrolina, continua sem solução. Mas, nesta
segunda-feira (02), o caso ganhou um novo capítulo. O promotor de
Justiça Carlan Carlo da Silva, que acompanha as investigações da
polícia, quebrou o silêncio e afirmou que o crime pode ter motivação
religiosa. De acordo com ele, essa é uma das principais linhas de
investigação até agora.
A criança foi morta durante festa de formatura no Colégio Nossa
Senhora Maria Auxiliadora, onde estudava. O corpo, com uma faca cravada
na barriga, foi encontrado dentro de um armário no vestiário
esportivo. Em entrevista à Rádio Jornal Petrolina, o promotor disse
acreditar que a criança foi escolhida de forma aleatória. “O crime teve
planejamento prévio e provavelmente teve a participação de mais de uma
pessoa. A possibilidade, pelo impacto que foi querido, obtido justo à
sociedade, é de que houve motivação religiosa. O objetivo era atingir a
Igreja”, avaliou o promotor.
Para Carlan Carlo da Silva, a polícia apresentou falhas desde o
início das investigações porque houve demora para se buscar a autoria do
crime. A falha resultou nas dificuldades em se desvendar o mistério e
concluir a motivação do assassinato e os seus responsáveis. Atualmente,
as investigações da Polícia Civil estão sob sigilo. Saiba o porquê.
O último pronunciamento aconteceu no final de março, quando a perícia
revelou que a criança não foi morta no local em que o corpo foi
encontrado. Revelou-se ainda que funcionários do colégio são
considerados suspeitos porque apresentaram contradições em depoimentos à
polícia. Alguns foram demitidos pela instituição particular.
Mobilização
Em abril, uma campanha nas redes sociais
mobilizou pessoas de todas as partes do Brasil e até de outros países.
Vídeos foram enviados e publicados na página “Beatriz clama por
Justiça”, no Facebook, com pedidos de justiça e de pressa na conclusão
das investigações.
Relembre o caso
Beatriz foi encontrada morta,
com uma faca cravada na barriga, durante festa de formatura, em 10 de
dezembro do ano passado. De acordo com a polícia, os pais da criança,
que também estavam no evento, notaram o desaparecimento da menina e a
chamaram pelo microfone do palco que estava montado na quadra do
colégio. As pessoas se mobilizaram e formaram duplas para procurar pela
menina, cujo corpo estava dentro de um armário no vestiário esportivo.
Federalização
No início de fevereiro, os pais da criança fizeram um apelo à
presidente Dilma Rousseff para que a Polícia Federal assumisse o caso.
Caberá ao Superior Tribunal de Justiça analisar o pedido, que precisa
de requerimento do procurador-geral da República. Ainda não houve
resposta sobre o assunto.Do JC
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