sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Construção de barragem no município de Cuité é suspensa após descoberta de inscrições rupestres

Pedra do Boqueirão, em Cuité
Nalva Figueiredo (Jornal Correio da Paraíba)Pinturas rupestres encontradas na Paraíba são consideradas um mistério
Pedra do Boqueirão, em Cuité
Inscrições rupestres existentes em uma das paredes de pedra do boqueirão do Rio Japí, na zona rural de Cuité, região do Curimataú, levaram o Governo do Estado a parar temporariamente a construção da barragem Retiro.
A barragem é parte do sistema adutor do Retiro e deverá abastecer de água cerca de 45 mil pessoas, além de beneficiar animais e a agricultura, mas a pedra com as figuras milenares ficaria submersa. A obra continua em outros setores, onde está em construção uma adutora de 18 km que fará ligação com a barragem de Boqueirão do Cais, ampliando o abastecimento para Cuité, Damião e Nova Floresta. 
Segundo o historiador Vanderley Brito, presidente da Sociedade Paraibana de Arqueologia, a arte rupestre encontrada em diferentes lugares da Paraíba ainda é um mistério e permanece sem ser decifrada. “Todo o sítio arqueológico é da máxima importância porque carrega uma informação que pode servir de chave para o enigma. Sabemos que esses gráficos podem ter sido feitos por homens que viveram aqui há mais de 6 mil anos atrás, mas ainda não compreendemos o significado”, esclarece o professor.
Este sítio localizado em uma pedra de mais de 3 metros de altura, em uma das laterais do Rio Japí, foi descoberto no século XIX pelo naturalista francês Jacques Brunet. Em 2002, os historiadores Washington Luis de Meneses e o próprio Vanderley Brito fizeram um levantamento, mas os desenhos feitos em tinta vermelha requerem mais estudos. 
No final de outubro, uma equipe da Sociedade Paraibana de Arqueologia esteve no local, e fez um relatório que foi enviado ao Governo do Estado e ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan-PB). O secretário da Secretaria Estadual dos Recursos Hídricos, do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia (SERHMACT), João Azevedo, informou que recebeu o relatório e solicitou ao Iphan um posicionamento. “Enquanto isso, suspendemos os trabalhos na barragem, pois reconhecemos a importância arqueológica do sítio”, garantiu.Correio da PB

Nenhum comentário:

Postar um comentário