sábado, 1 de maio de 2021

Dois dias após mulher falecer depois do parto, outra paciente morre horas após dar à luz na mesma maternidade

Amanda Ramos morreu horas após o parto, em Timbaúba, na Zona da Mata de Pernambuco — Foto: Reprodução/WhatsApp

 Mais uma mulher morreu horas após dar à luz na Maternidade Doutor Tito Ferraz, que fica no Hospital Memorial Doutor João Ferreira Lima, em Timbaúba, na Zona da Mata. O parto foi feito na sexta-feira (30), dois dias depois que a vendedora Amanda Lorraine Gonçalves de Lima, de 23 anos, faleceu após uma cesariana realizada na mesma unidade de saúde.

A segunda morte foi a da dona de casa Amanda Ramos de Melo, de 34 anos. De acordo com a família, o parto dela foi feito na rede particular, diferente da mulher do primeiro caso, que teve a filha por meio de um convênio com a prefeitura. A parceria, segundo a gestão municipal, foi suspensa após os óbitos.

Durante o procedimento, o médico responsável pelo parto de Amanda Melo faria uma laqueadura por meio de uma ligadura das trompas. No entanto, foi realizado um procedimento chamado histerectomia, que é quando o útero é retirado por completo.

"Ela estava com 40 semanas, teve uma gravidez comum, era saudável e fez o pré-natal. Os problemas já começaram com a histerectomia, que não foi combinada com ela. O médico foi o mesmo do outro caso em que a mulher morreu dois dias antes. Ela saiu da sala de cirurgia e foi para o quarto. Amamentou o filho e aí passou a ter hemorragia e paradas cardiorrespiratórias", disse a prima de Amanda Ramos, a bacharela em direito Karla Rayane Prazeres.

O bebê, chamado Lucas Miguel, foi o segundo filho de Amanda Ramos. Ele passa bem e não teve nenhum problema após o nascimento. A mulher morava em Carpina, também na Zona da Mata, e decidiu fazer o parto no hospital de Timbaúba para fazer a laqueadura.A morte das duas Amandas ocorreu horas depois de dar à luz. Nos dois partos, as famílias denunciam terem sido vítimas de negligência por parte do hospital. No primeiro caso, a família afirmou que a mulher foi vítima de negligência por ter ficado seis horas passando mal, sem atendimento médico. A Polícia Civil investiga o caso como "morte a esclarecer".

O corpo de Amanda Ramos foi levado para uma unidade de saúde de Carpina e, posteriormente, foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal, no Centro do Recife, onde passou por perícias. O enterro ocorreu na tarde deste sábado (1º), no Cemitério de Carpina.

Sobre esse segundo caso, a Polícia Civil informou que não localizou "o registro de ocorrência com os dados fornecidos". O G1 também entrou em contato com o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), mas não recebeu resposta até a última atualização desta reportagem. G1 PE     

Nenhum comentário:

Postar um comentário