O esqueleto é de um homem que viveu onde hoje é o sul da Ucrânia. Seu crânio tem marcas de que foi cortado da mesma forma com que os primeiros humanos modernos cortavam os animais que iriam comer. No caso do crânio, o corte foi feito para a extração dos miolos. Tais marcas são um testemunho indigesto de canibalismo. A prática poderia ser por vezes ritual — uma explicação mais palatável para um assunto que é tabu — e por vezes para pura e simples alimentação. Caçar outras pessoas era mais simples e menos perigoso, por exemplo, do que matar um mamute de muitas toneladas e presas perigosas.
Tão importante quanto o próprio esqueleto é o contexto em que foi encontrado. Na mesma caverna os pesquisadores acharam adornos feitos de preciosa presa e ossos e de mamute, além de outros objetos. Juntos, eles permitiram recriar o ambiente em que viviam as pessoas na Europa da pré-história.
O achado foi realizado por pesquisadores franceses e ucranianos em Buran-Kaya, na Crimeia, Ucrânia.
"Há marcas muito claras de que o crânio e outros ossos foram cortados por outras pessoas depois da morte do indivíduo", disse ao Discovery News Stephane Pean, arqueólogo do Museu de História Natural da França, em Paris, e um dos autores do estudo.
Ele, porém, supõe que o canibalismo era na maioria das vezes uma prática ritual. O esqueleto é um dos mais antigos de toda a Europa. O fóssil humano moderno mais velho da Europa tem 34 mil anos e foi descoberto em Pestera cu Oase, na Romênia.
Da Agência O Globo
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