O
trabalho que estabeleceu as definições geográficas dos rios São
Francisco e Samburá, feito pelos engenheiros agrônomos da
Codevasf Geraldo Gentil e Miguel Farinassa, foi alvo de elogios
dos presentes à audiência pública da Comissão de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados na tarde
desta terça (30). A audiência debateu o projeto de lei que cria
o monumento natural do rio Samburá, que passaria a compor o
mosaico de unidades de conservação da Serra da Canastra. "Vocês
são os autores intelectuais desses projeto que é de extrema importância para a
preservação dos rios Samburá e São Francisco", ressaltou o
prefeito municipal de Medeiros (MG), Weber Leite Cruvinel, um
dos palestrantes do evento.
Além
dos engenheiros e do prefeito, também participaram da audiência
o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São
Francisco, Anivaldo de Miranda Pinto, o secretário de
Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente (MMA),
Roberto Brandão Cavalcante, o presidente do Instituto Chico
Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIo), Roberto
Ricardo Vizentin e o autor do requerimento de audiência ,
deputado Antônio Roberto (PV/MG).
Em
sua exposição, Miguel Farinassa explicou que as divergências que
haviam sobre a extensão do São Francisco e sobre qual seria sua
verdadeira nascente desencadeou o trabalho realizado pelos
técnicos. Os engenheiros e outros técnicos da empresa visitaram
as nascentes dos rios e realizaram a medição com técnicas de
geoprocessamento. Segundo ele, a
observação de diversas fontes de informação gera um
questionamento sobre a relação hidrológica entre o rio principal
e o afluente entre os rios São Francisco e Samburá. Esse fato
foi observado em imagens de satélite Landsat e em cartas
topográficas. Nos arquivos digitais, pode-se observar que a
bacia hidrográfica do rio Samburá possui maior área geográfica
do que a do São Francisco, à montante da confluência de
ambos. Pelo critério de área da bacia hidrográfica, o rio
Samburá conteria, assim, as nascentes verdadeiras do São
Francisco.
Ele explicou
também que, nas imagens de satélite e cartas disponíveis,
pode-se verificar que o Samburá é um rio mais extenso que
o São Francisco, a partir de suas confluências. Também,
observa-se que, na confluência, o Samburá tem calha mais larga e
maior vazão que o São Francisco.
Finalizando
sua exposição, o técnico apresentou as recomendações geradas a
partir do trabalho. Uma delas é encaminhar uma petição ao IBGE/RJ
solicitando a homologação do estudo da Codevasf, feito nos anos
de 2002 e 2003. Além disso, eles recomendam que, além da criação
do Monumento Nacional do Samburá, as prefeituras proponham a
criação da APA das cabeceiras ou das cidades-mães do são
Francisco, apresentada no documento Speleobrazil2001, e que
acreditem na indústria do turismo ecológico como potencial
gerador de riqueza na região .Fonte Codevasf
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