segunda-feira, 18 de março de 2013

Seca 'atrai' pasto para Mata Atlântica, onde planta já matou 200 bois em PE

Do G1 PE
Uma mudança de comportamento causada pela seca já matou mais de 200 animais no Agreste de Pernambuco. Com a falta d'água, os criadores do município de Jurema estão levando o gado para pastar em áreas cada vez mais próximas à Mata Atlântica. Nesses locais, o rebanho começou a se alimentar da erva-de-rato - nome popular da Palicourea aeneofusca. “Essa planta é a mais tóxica do Brasil", afirma o professor de medicina veterinária da UFRPE Fábio Mendonça.
“A gente achava que era a cola, mas infelizmente não é. É a erva que está matando os animais”, disse o criador de animais Enoque Silva. Preocupados com a morte dos animais, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) está estudando o caso e contabilizou as mais de 200 mortes no município.
A planta pode ser encontrada em estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Os moradores locais tiveram dificuldade de encontrar erva-de-rato em meio à Mata Atlântica, mas o professor Fábio Mendonça explica como identificar. "A gente consegue diferenciá-la por que ela tem um caule verde com lombos, e os frutos lembram o café. Tem a folha em forma de lança que, se nós macerarmos, ela tem um cheiro muito específico”, afirmou o pesquisador.
“Ela tem um sabor agradável para o rebanho bovino, por exemplo. Então mesmo tendo outra disponibilidade de alimento numa região como essa, ele passa a consumir essa planta. O gado pode morrer rapidamente após consumir a erva, porque ela afeta o funcionamento do coração”, falou Fábio.
Ainda de acordo com o professor, o animal morre geralmente em 24 horas, mas se tiver comido pouca erva-de-rato, há chance de recuperação. Como não existe vacina, o criador deve deixar o boi parado, para que o organismo dele reaja.

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