Familiares da empresária Fernanda Nóbrega, que morreu aos 26 anos
após uma cirurgia bariátrica, denunciaram ontem o caso ao Conselho
Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe). Eles pedem que o conselho
investigue os motivos da morte, ocorrida em 2 de novembro por
complicações no pós-operatório, quatro dias depois da redução de
estômago. Passado um mês do falecimento, os parentes acreditam ter
havido negligência e omissão de socorro. Reclamam da suposta falta de
esclarecimentos do cirurgião Gustavo Menelau e do Hospital Unimed III,
onde o procedimento ocorreu. A denúncia foi anexada à sindicância aberta
pelo conselho.
“Apesar de todo o nosso sofrimento, nenhuma
explicação convincente foi dada”, disse Higor Cayo dos Anjos, 20, com
quem Fernanda era casada. Higor protocolou o pedido de investigação
ontem à tarde, junto com Andréa Nóbrega e Rosineide Oliveira, irmã e
tia da empresária, respectivamente. No documento, os parentes
apresentam a cronologia dos fatos e parte do prontuário médico da
vítima. “A Justiça concedeu liminar favorável à nossa família. Mesmo
assim, o hospital não repassou todos os documentos”, completou Andréa
Nóbrega, que é enfermeira e estudante de direito.
Entre os
documentos, enumerou Andréa, estão a guia de internamento, os
resultados de exames e os relatos da evolução médica da paciente. A
liminar foi concedida pela 5ª Vara Cível de Jaboatão, onde a empresária
residia. Na semana passada, os parentes ingressaram com um novo pedido
de liminar para receber os documentos. Já polícia espera o prontuário
médicos nos próximos dias. “Fiz as ouvidas necessárias e informei ao
hospital que dependo do prontuário para concluir o inquérito”, disse a
delegada Maria Helena Couto Fazio.
O Diario telefonou para o
médico Gustavo Menelau e para a assessoria de imprensa do hospital, mas
não conseguiu contato. A sindicância do Cremepe sobre corre sob
sigilo. O conselheiro responsável pelo processo reúne documentos e deve
apresentar, em 50 dias, suas conclusões à Câmara de Sindicância,
formada por 11 pessoas. A câmara pode arquivar ou abrir processo ético
contra os médicos envolvidos no caso. Se houver arquivamento, os
parentes da empresária podem recorrer ao Conselho Federal de Medicina.
Um processo ético pode levar até a cassação do registro médico.
DIÁRIO DE PE
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