
Foto; Priscila Buhr/JC Imagem
A presidente Dilma Rousseff,
em visita hoje a Pernambuco ao lado do ex-presidente Lula, vai encerrar
seu mandato deixando uma lista de obras inacabadas no Estado. Os
principais projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) -
Refinaria Abreu e Lima, Transnordestina e Transposição - atravessaram
duas gestões petistas sem conclusão e com explosão nos orçamentos. Obras
mais recentes, a exemplo do Arco Metropolitano começaram atrasadas, com
adiamento de licitação. De acordo com o último relatório do PAC
disponível para os Estados, do total de R$ 93,6 bilhões de investimentos
previstos entre 2011 e 2014 para Pernambuco, R$ 62,8 bilhões serão
aplicados.
O balanço é dividido por eixos e aponta
as principais obras e seu status (concluída, em execução, em licitação e
em ação preparatória). No eixo transportes, das 16 principais obras
elencadas apenas quatro foram concluídas (duplicação da BR-408, Terminal
de Passageiros do Porto do Recife, conector do Aeroporto e dragagem do
canal interno de Suape). Na lista dos que vão ficar para a próxima
gestão está a Nova Ferrovia Transnordestina.
Antes de encerrar seu segundo mandato o
ex-presidente Lula declarou o desejo de participar da primeira viagem no
trem de carga da Transnordestina, mas nem a presidente Dilma (após
quatro anos de governo) vai conseguir a façanha. A obra está começando a
ser remobilizada, depois da desistência da Odebrecht de tocar a
construção em setembro de 2013. A construção da ferrovia começou em
junho de 2006 e a previsão era terminar em 2010. Há 8 anos em obras, o
índice de execução da ferrovia está em 41%. O novo cronograma
apresentado pela Transnordestina Logística S.A. (TLSA) empurra a
conclusão para 2016.
No eixo de energia do PAC, das 29 obras
em destaque somente 9 estão em operação no Estado. No pacote, a
principal delas é a Refinaria Abreu e Lima (Rnest), no Complexo de
Suape, que figura como a obra mais cara e controversa da história da
Petrobras. A previsão era que a unidade começasse a refinar petróleo em
dezembro de 2010, mas essa partida só deverá acontecer no próximo mês. O
lançamento da pedra fundamental aconteceu em 2005 e a obra começou
efetivamente há 7 anos (em 2007).
A inauguração prevista para novembro
representa metade do empreendimento. A Petrobras garante que o segundo
trem opera em maio de 2015, mas as informações do mercado apontam que
para entregar a primeira parte, a empresa atrasou o cronograma da
segunda. O custo do empreendimento saltou de US$ 2,3 bilhões para os
atuais US$ 18,5 bilhões, com previsão de fechar orçamento em US$ 20
bilhões. Envolvida em denúncias de pagamento de propina e várias
irregularidades, a obra se transformou na maior dor de cabeça do governo
Dilma.
No eixo água e energia para todos, o
relatório do PAC destaca 35 obras, das quais apenas quatro aparecem como
concluídas. A principal delas é a Transposição do Rio São Francisco. O
orçamento deu um salto de 82% (passando de R$ 4,5 bilhões para R$ 8,2
bilhões) e o cronograma esticou. A obra começou em 2007, com primeiro
cronograma de operação previsto para 2010 e depois postergado para 2014.
A nova projeção é para setembro de 2016.Jornal do Comercio
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