quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Começam testes da transposição do São Francisco, mas ainda falta água

 Do G1 PE
"Só vou acreditar quando sair mesmo a obra. Se chegar mesmo água aqui, o Nordeste vai virar Sul. Vai ser muito bom para a gente aqui, o povo só não trabalha porque não tem água", afirma o mototaxista Geneci Batista, que se mostra cético ao projeto de transposição das águas do rio São Francisco. Em outubro deste ano, começaram os testes no primeiro trecho de canais, quatro anos depois do prazo fixado para a conclusão das obras.
Os canais que saem do Velho Chico somam, juntos, 477 quilômetros. O objetivo, segundo o Ministério da Integração, é levar água a cerca de 12 milhões de pessoas em Pernambuco, na Paraíba, no Ceará e Rio Grande do Norte. A previsão é atingir mais de 390 municípios no sertão pernambucano, além de 325 comunidades que residem a uma distância de cinco quilômetros da margem dos canais.
Esse primeiro teste ocorreu na estação 1 do Eixo Leste, em Floresta (PE). A água da Barragem de Itaparica é bombeada até a Barragem de Areias, a primeira das 27 previstas na região. Apesar disso, a população do entorno da obra no sertão pernambucano ainda não tem acesso à água que corre pelo canal. Isso deve ocorrer após a conclusão dos testes, previstos para ocorrer até o fim do ano.
Em 2012, as obras foram praticamente paralisadas devido a problemas com as construtoras e desentendimentos sobre valores de contratos. Questões como a perfuração de solos com constituição mais dura do que o previsto afetaram o andamento das obras e o orçamento.  Novas exigências do Ibama representaram quase R$ 1 bilhão a mais, valor não previsto inicialmente.
O orçamento passou de R$ 4,8 bilhões para R$ 8,2 bilhões e agora, segundo o Ministério da Integração Nacional, a transposição só deve ser finalizada em dezembro de 2015. A conclusão está próxima de 70% do total, segundo a pasta.
Estação de Bombeamento 1 do Eixo Leste já funciona em caráter de teste (Foto: Katherine Coutinho / G1)Estação de Bombeamento 1 do Eixo Leste já funciona em caráter de teste (Foto: Katherine Coutinho / G1)

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