quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Super scanner é usado em simulação de morte de promotor em Itaíba, PE

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Prrimeiro tiro atingiu pescoço do promotor. (Foto: Reprodução/ TV Asa Branca)Promotor seguia de Águas Belas para Itaíba no dia
do crime (Foto: Reprodução/ TV Asa Branca)
Um super scanner está sendo usado nesta quarta-feira (17) em uma nova reprodução simulada da morte do promotor de Justiça Thiago Faria Soares, em Itaíba, no Agreste de Pernambuco. O equipamento, que foi trazido de Brasília pela Polícia Federal, tira fotografias do local do crime e transforma as imagens em 3D. A PF irá marcar uma entrevista coletiva, a fim de passar detalhes da ação. “É objetivo e também de interesse da Polícia Federal estar apresentando a conclusão dessas investigações dentro do menor espaço de tempo possível”, garante Giovani Santoro, chefe de Comunicação da Polícia Federal.
Três pessoas estão presas suspeitas de envolvimento no caso: José Maria Pedro Rosendo Barbosa, suposto mandante do crime; um homem de 55 anos, preso na última semana em Buíque, no Agreste; e outro de 42 anos, preso em outubro no município de Senhor do Bonfim, na Bahia. O trio voltou a ser ouvido na sede da Polícia Federal no Recife, na terça-feira (16). Após a ouvida, José Maria foi liberado para falar com a impresa. "Hoje foram complementos dos depoimentos que já demos, não houve acariação. Espero que os verdadeiros culpados apareçam, que eles ainda não foram presos. Não posso dar nomes [dos supostos culpados]", disse.
José Maria reafirma em depoimento à PF que é inocente (Foto: Reprodução/ TV Globo)
José Maria ainda criticou a suposta blindagem envolvendo Mysheva Martins, apontando que ela teria traído o ex-noivo com o promotor. "Esse ex-noivo está sendo investigado pela polícia também. Ele disse a mim que emprestou dinheiro para ela comprar aquela fazenda. Eu acredito que ela [Mysheva] saiba quem é o verdadeiro culpado. Muita gente sabe que eu sou inocente, eu não tive benefício nenhum com essa morte", comentou. José Maria se entregou à polícia no dia 28 de outubro e segue preso por força de um mandado temporário de prisão, que termina no próximo dia 28 de dezembro. O filho de dele, o advogado Leandro Ubirajara, também esteve no local e disse. "A gente não consegue encontrar um nexo que ligue os três à morte do promotor. (...) Não há divergências no depoimento de nenhum dos três". São ainda investigados Edmacy Ubirajara e um homem de 29 anos, também preso na última semana no Rio Grande Norte, por usar documentos falsos em nome da vítima. Eles não foram ouvidos nesta etapa da investigação.
Quatro momentos da reprodução simulada feita pela Polícia Civil: Mysheva e o noivo vão à fazenda Esperança; na estrada, atirador dispara contra o promotor; Mysheva se esconde em barranco para não ser alvejada; ela é amparada por pessoas que passavam em ca (Foto: Reprodução / TV Globo)Quatro momentos da primeira simulação, realizada em 23 de dezembro de 2013: Mysheva e o noivo vão à fazenda Esperança; na estrada, atirador dispara contra o promotor; Mysheva se esconde em barranco para não ser alvejada; ela é amparada por pessoas que passavam em carro (Foto: Reprodução / TV Globo)
Uma primeira reprodução simulada foi realizada pela Polícia Civil e representantes do Ministério Público de Pernambuco, em 23 de dezembro de 2013, antes do caso ser federalizado. O objetivo foi o de reproduzir o mais fielmente possível todas as circunstâncias do crime, para esclarecer dúvidas da investigação. De acordo com a Polícia Civil, a motivação do crime seria uma disputa pela posse de terras. Em um leilão da Justiça Federal, José Maria perdeu a sede de uma fazenda para Mysheva Martins.
Entenda o caso
O crime ocorreu no dia 14 de outubro de 2013, na PE-300. O promotor foi morto quando seguia de Águas Belas para Itaíba, cidade onde trabalhava. Para a Polícia Civil, que iniciou a investigação, foi o fazendeiro José Maria Barbosa quem contratou o cunhado, Edmacy Ubirajara, para matar Thiago Faria.

Promotor trabalha no comarca de Itaíba, no Agreste (Foto: Facebook/Arquivo Pessoal)Promotor de Justiça Thiago Faria Soares
(Foto: Facebook/Arquivo Pessoal)
A motivação envolveria uma disputa pelas terras da Fazenda Nova. José Maria perdeu a posse para a noiva do promotor, em um leilão da Justiça Federal, e teve que deixar o imóvel. Em entrevista exclusiva à TV Globo, na época do crime, o fazendeiro negou ter cometido o homicídio. Edmacy Ubirajara chegou a ser preso – passou dois meses no Cotel. O advogado de defesa conseguiu que o acusado saísse da prisão para responder pelo homicídio em liberdade.
Quatro cartuchos de espingarda 12 foram encontrados no carro do promotor.  A noiva, Mysheva Martins, e o tio dela também estavam no veículo, mas não ficaram feridos. Segundo simulação ocorrida em 23 de dezembro, os três foram perseguidos por um carro. O homem que estava no banco de trás de um veículo atirou com uma espingarda 12, acertando o promotor. Mysheva saiu do carro do noivo e se protegeu no barranco; o tio dela também saiu do veículo e andou pelo acostamento. Os envolvidos no crime voltaram e o que estava atrás atirou outras três vezes, antes de deixar o local.

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