Do Estadão e JC
Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula
O ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva gravou nesta terça-feira, 18, inserções de TV nas quais
reconhece a gravidade da crise econômica e pede a união nacional para o
País encontrar a saída. "O Brasil vai voltar a crescer", diz Lula no
final da propaganda que vai ao ar sábado, 22.
As inserções fazem parte da estratégia
para consolidar a recuperação do governo e jogar para a oposição parte
da responsabilidade pela crise. Com base em pesquisas internas, o PT
identificou um campo fértil para plantar a ideia de que a oposição
estimula o "quanto pior, melhor" com o objetivo de derrubar a presidente
Dilma Rousseff e assumir o governo.
Assim o PT também alinha seu discurso a
setores do empresariado que têm se posicionado publicamente pela unidade
contra a crise econômica. Além disso a legenda aposta em uma resposta
nas ruas às manifestações que pediram o impeachment de Dilma realizadas
em todo o País no domingo, 16.
Discurso
A avaliação no PT é de que os protestos
contra o governo devem diminuir mas não vão acabar e que a saída é
mobilizar setores que pensam o contrário. Para garantir o apoio de
grupos refratários ao governo e ao PT, como o Movimento dos
Trabalhadores Sem Teto (MTST), aos atos marcados para esta quinta-feira,
20, a sigla admitiu adaptar as inserções de rádio e TV veiculadas
ontem, nas quais convida para as manifestações de amanhã, ao discurso
destes movimentos.
As inserções chamam à "defesa da
democracia" mas em momento algum falam em "golpe", termo preferido dos
petistas para se referir às movimentações pelo impeachment de Dilma.
"Temos o cuidado de evitar que soasse como uma tentativa de partidarizar
os atos, a exemplo do que o PSDB fez com as manifestações de domingo",
disse o secretário de Comunicação do PT, José Américo Dias.
Nos últimos dias a frágil unidade dos
mais de 20 movimentos que organizam os atos cujo lema é "Tomar as Ruas
por Direitos, Liberdade e Democracia! Contra a Direita e o Ajuste
Fiscal" , foi ameaçada por divergências internas, principalmente em
relação ao pedido de impeachment de Dilma.
"Não somos a favor do 'Fora Dilma'. Mas
em princípio não somos contra a ideia de o povo ir às ruas e derrubar o
governo. O problema é que se Dilma sair vai entrar alguém pior", disse
Guilherme Boulos, do MTST.
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