Agência Brasil
O governador de Minas
Gerais, Fernando Pimentel , disse neste domingo (8) que dificilmente as
28 pessoas desaparecidas por causa do rompimento das barragens de rejeito da mineradora Samarco
serão encontradas com vida. “A gente pode, quem sabe, localizar alguém
que fugiu que ficou perdido em alguma localidade, que não foi
encontrado. Não quero tirar a esperança de ninguém, pode ser que a gente
consiga achar alguém com vida ainda, mas a medida que o tempo vai
passando a esperança vai diminuindo”, afirmou em entrevista à imprensa
em Mariana (MG). O rompimento das barragens destruiu o distrito de Bento
Rodrigues, que fica na zona rural de Mariana.
Dos 28 desaparecidos, 13 são
funcionários de empresas que prestam serviços à mineradora Samarco, e 15
são moradores do distrito. Entre eles, um bebê de 3 meses e um homem de
70 anos. Até o momento, há confirmação de uma morte.
A causa do rompimento das duas
barragens, segundo o governador, ainda não foi esclarecida. A barragem
de Fundão, ressaltou, estava licenciada e não apresentava nenhuma falha
aparente nesse aspecto. O governador reconheceu que é preciso melhorar
os protocolos de emergência, com a exigência dos alarmes sonoros que
lembrou não são obrigatórios de acordo com legislação vigente. As
barragens concentravam resíduos do processo de mineração.
A ministra das Mulheres, da Igualdade
Racial e dos Direitos Humanos, Nilma Lino Gomes, também está na região.
Ela visitou famílias desabrigadas que foram levadas para três hotéis de
Mariana e discutirá com os municípios envolvidos e com governo do Estado
o cumprimento das orientações do Protocolo Nacional Conjunto para
Proteção Integral a Crianças e Adolescentes, Pessoas Idosas e Pessoas
com Deficiência em Situações de Riscos e Desastres, lançado em 2012. O
documento traz diretrizes e orientações para a garantia plena de
direitos para essas pessoas em situações de desastre como, por exemplo,
garantias a benefícios socais e, no caso de crianças e adolescentes, que
eles continuem frequentando a escola.
Passagem da lama
Segundo boletim divulgado hoje pelo
Serviço Geológico do Brasil, primeiro indício da mudança do nível do Rio
Doce na estação de monitoramento de Governador Valadares (MG) foi
verificado às 11h30. A próxima estação de monitoramento a ser atingida
pela onda de cheia é Tumiritinga (MG), que fica a 400 quilômetros de
Bento Rodrigues. Esta onda de cheia, porém, não irá causar enchentes nos
municípios que estão localizados na margem do Rio Doce, segundo as
autoridades.
Nenhum comentário:
Postar um comentário