Do JC Online
Foto: Divulgação/Governo do Estado
O Governo de Pernambuco e
Prefeitura do Recife acabam de decretar estado de emergência, por conta
do alto número de casos de microcefalia e da relação existente entre a
anomalia e o zika vírus. A decisão vem um dia após o Ministério da Saúde
ter confirmado essa relação. De a cordo com nota divulgada pelo
Ministério, a descoberta foi realizada pelo Instituto Evandro Chagas,
órgão do ministério em Belém (PA), que encaminhou o resultado de exames
realizados em um bebê, que nasceu com a anomalia e morreu no Ceará. Em
amostras de sangue e tecidos, foi identificada a presença do vírus Zika.
O decreto passa a valer na terça-feira(01) e terá duração de 180 dias.
Antes disso, a hipótese já havia sido
levantada pelo Estado de Pernambuco, que tinha notado o aumento de casos
da má formação no Estado e especialistas de Pernambuco desconfiavam da
relação. Na ocasião, em entrevista ao Jornal do Commercio no dia 24 de
outubro, a neurologista infantil Adélia Henriques Souza citou a
coincidência entre a epidemia de dengue, desde o início do ano, que
coincide com o período de gestação das mulheres que recentemente deram à
luz um bebê com microcefalia.
Em nota enviada pelos executivos, é
explicado que os decretos também designam as Secretarias de Saúde, do
Estado e do Município, como coordenadoras de todas as ações no âmbito do
Governo de Pernambuco e da Prefeitura da Cidade do Recife relativas à
questão. “Vamos fazer tudo o que for necessário, no âmbito do Governo do
Estado, para que o quadro de 2014 e 2015 não se repita em 2016.
Precisamos da união do Poder Público e da sociedade civil. Juntos,
trabalhando para superar essa que é a maior crise da Saúde no Brasil”,
defendeu Paulo Câmara.
De acordo com o governador Paulo Câmara,
ainda segundo a nota, a seriedade e a gravidade da proliferação do
vírus da dengue, da zika e do chikungunya, no território nacional, os
órgãos de saúde pública do País estão emitindo alertas para que sejam
adotadas medidas emergenciais com vistas a mitigar seus efeitos
epidemiológicos. A Situação de Emergência autoriza a adoção de todas as
medidas administrativas necessárias à imediata resposta por parte do
Poder Público à situação vigente, segundo o governador.
O decreto municipal oficializa a Força
Tarefa de Enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti na Capital
pernambucana e coloca todos os Órgãos e Entidades Públicas do município
no enfrentamento da situação de emergência, sob a coordenação da
Secretaria Municipal de Saúde. "O poder público não pode medir esforços
diante de uma situação dessa gravidade. Vamos fazer tudo aquilo que
estiver ao nosso alcance e trazer a população para enfrentarmos juntos
essa luta", afirmou o prefeito Geraldo Julio.
487 CASOS EM PERNAMBUCO
Até a última terça-feira (28), o Estado
de Pernambuco registrou 487 casos de bebês com microcefalia. Na semana
anterior, eram 268 bebês com suspeita dessa malformação no Estado. No
País, o número chegou aos 741 casos suspeitos, com nascimentos em 160
municípios, distribuídos em nove Estados do Brasil.
Óbitos
Até a sexta-feira (27), dois casos de
morte por zika vírus foram confirmadas. A primeira de e um homem com
histórico de lúpus, morador de São Luís, do Maranhão. Já o segundo caso
foi de uma menina de 16 anos, do município de Benevides, no Pará, que
veio a óbito no final de outubro.
O Ministério da Saúde informou que está
se aprofundando na análise dos casos e acompanhando outras análises que
vem sendo conduzidas pelos seus órgãos de pesquisa e análise
laboratorial. O protocolo inicial para o atendimento de possível
agravamento da Zika será o mesmo utilizado para situações mais graves de
dengue.
O QUE MUDA NA PRÁTICA?
O estado de emergência,
que terá duração de 180 dias - começando na próxima terça-feira(01)-,
decretado tem a intenção de otimizar e dar mais prioridade para as ações
desenvolvidas pelas secretarias de Saúde do Governo do Estado e da
Prefeitura do Recife, que organizarão ações para tentar cercear o avanço
dos casos da microcefalia no Estado.
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