O produtor rural Jorge tem meio hectare plantado com 325 aceroleiras da variedade junco. A produção é completamente orgânica. Há alguns anos ele teve prejuízos, com alguns pés que acabaram morrendo por causa da seca. No ano passado, já se recuperando, ele conseguiu colher 15 toneladas, e espera que este ano seja bem melhor. “Por conta do clima que está melhor e as plantações estão bem formadas. Ano passado, as plantas não estavam com essa formação que está hoje, então espero zelar mais um pouco dela e com fé em Deus tirar pelo menos 20 mil quilos daqui”, relata.
O agrônomo Pedro Ximenes explica que mesmo com a irrigação, que é feita diariamente, a água da chuva é muito importante nesse tipo de cultivo. “Com as chuvas que ocorreram no mês de janeiro, que foram em médio 350 milímetros, favoreceu diretamente a produtividade, porque a chuva traz alguns tipos de nitratos que favorecem o florescimento da planta. Nesta época de fevereiro, a gente observa um aumento muito grande da produtividade em campo”, argumenta.
O produtor rural Gilton Silva tem 1 hectare e meio plantado, com 800 pés das variedades junco e sertaneja. Ele espera colher, este ano, 55 toneladas da fruta, cerca de 10 toneladas a mais do que no ano passado, quando a chuva não foi boa. “Ela praticamente triplicou a carga da acerola, devido a chuva o nitrogênio foi bem maior e as plantas estão bem maiores, vai aumentar 10 toneladas a mais que o ano passado. Foi a melhor colheita desde que estou produzindo acerola”.
O quilo da acerola verde, que é utilizada para a fabricação de medicamentos e cosméticos, está custando, em média, por R$2,10, quase R$ 0,60 a mais do que no ano passado. Já o quilo da acerola madura é mais barata, custa R$1,75 e está com R$0,25 maior que em 2015. Uma das justificativas para o valor da acerola madura ser menor, é a de que ela só serve para polpa e suco. É difícil encontrar quem goste de comer a fruta assim, in natura, principalmente pelo gosto azedo.
O agrônomo Embrapa Semiárido, Flávio de França Souza, disse que já estão sendo realizados testes com a nova variedade e o objetivo é a ampliação do mercado de acerola. “A gente quer criar um novo nicho que seria o mercado de frutas para consumo in natura. Para que o consumidor tenha o prazer em comer a acerola, estamos reduzindo os níveis de acidez da acerola e não vai ter prejuízo para os níveis de vitamina C, que já é muito elevada e aumentou o açúcar. Para os produtores é mais uma alternativa”, conta. A expectativa da Embrapa é que a variedade esteja disponível em três anos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário