sexta-feira, 1 de julho de 2016

Caso Morato: provas fundamentais para a perícia foram perdidas




Associação denuncia que peritos foram impedidos de realizar nova perícia em motel para não chamar a atenção da imprensa. Foto: JC Imagem

Do JC 

Provas fundamentais para comprovar se outra pessoa esteve com empresário Paulo César Moratodentro do quarto de motel, em Olinda, onde o corpo dele foi encontrado há uma semana, foram perdidas. Exames realizados por peritos papiloscopistas em dois copos e em uma garrafa de plástico não encontraram nenhuma digital. Segundo os profissionais,  as perícias foram prejudicadas pela proibição da Secretaria de Defesa Social de os peritos coletarem as provas no dia seguinte à morte do foragido da Polícia Federal. Com a confirmação de envenenamento, o exame nos objetos poderia ser a peça-chave para esclarecer se a morte de Morato foi um suicídio ou se alguém colocou chumbinho na bebida dele.
Para os peritos papiloscopistas, o fato de dois copos terem sido encontrados dentro do banheiro, além de vários óculos escuros, já é um indício de que outra pessoa pode ter estado no quarto com Morato. “Mas a perícia nos copos foram prejudicadas, pois não sabemos nem se são os mesmos que estavam no quarto e nem quem os coletou. As superfícies estavam prejudicadas devido ao acondicionameto incorreto em sacos plásticos que colaram na parte externa do vidro dos copos”, afirmou um dos peritos.
De acordo com profissionais envolvidos na perícia, mesmo em casos como este, em que as provas não foram preservadas de forma correta, ainda assim seria possível encontrar pelo menos um pequeno fragmento, mas nada foi encontrado nem nos copos nem na garrafa. “As condições climáticas do quarto eram favoráveis, por se tratar de local interno e refrigerado. Se a perícia tivesse sido feita na quinta-feira (23), com certeza teríamos as digitais e um laudo seguro para esclarecer o caso”, disse um deles.
O veículo que era usado por Morato, um Jeep Renegade, também não passou pela coleta de digitais porque perícia não foi autorizada. Para os peritos, é estranho que uma semana após a morte do empresário, em um caso de tanta repercussão, nenhuma solicitação tenha sido entregue aos papiloscopistas. Com tantas lacunas, os profissionais ainda não tem prazo para entregar os laudos à Polícia Civil.

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