segunda-feira, 27 de março de 2017

Dom Marcelo Carvalheira será sepultado na Paraíba nesta segunda-feira


Dom Fernando Saburido celebra missa de corpo presente para dom Marcelo Carvalheira, na Sé de Olinda / Foto: Tato Rocha/JC Imagem
Do JC

A comunidade católica de Guarabira e de João Pessoa despede-se nesta segunda-feira (27) do arcebispo emérito da Paraíba, dom Marcelo Carvalheira, que morreu no Recife aos 88 anos de idade, sábado (25) à noite. O corpo do religioso será sepultado no fim da tarde na Basílica de Nossa Senhora das Neves, localizada no centro histórico da capital paraibana.

De acordo com parentes, dom Marcelo Carvalheira passou mal em casa, foi socorrido e faleceu a caminho de um hospital particular. Pernambucano do Recife, ele tinha doença de Parkinson, enfermidade degenerativa do sistema nervoso central, diagnostica desde 2006. E doença de Alzheimer detectada há pouco tempo.

“Dom Marcelo Carvalheira transmitia a paz por onde passava, era uma pessoa sempre disponível, por isso era chamado o Dom da Ternura nas dioceses onde atuou”, declarou o arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, logo após celebrar a missa de corpo presente na Catedral da Sé, em Olinda, às 16h deste domingo (26). O caixão, em sinal de humildade, foi colocado direto no chão
arcebispo de Olinda e Recife também destacou a bondade como característica marcante em dom Marcelo. “Era uma bondade corajosa, ele lutava em defesa dos pobres, dos oprimidos, dos mais necessitados, dos perseguidos pela ditadura militar no Brasil. Um profeta corajoso que defendia o povo”, acrescentou dom Fernando.

“Ele, que foi preso durante a ditadura e sofreu torturas psicológicas, apoiou muito dom Helder Camara (arcebispo emérito de Olinda e Recife, falecido aos 90 anos em 1999) na defesa dos perseguidos políticos”, destacou dom Fernando durante a missa. “Tive o privilégio de ele ter sido cocelebrante da minha ordenação”, comentou.


A família de dom Marcelo Carvalheira acompanhou a missa na Sé e viajou para Guarabira (PB) onde o corpo será velado até as 6h, na Catedral de Nossa Senhora da Luz, com celebrações de hora em hora. Depois, o cortejo segue para a Basílica de Nossa Senhora das Neves, a Catedral de João Pessoa, para a missa de despedida às 16h.

SONHO DE CRIANÇA


Quinto filho, entre 16 irmãos, Marcelo Carvalheira sempre quis ser padre. “Uma amiga de mamãe perguntou o que ele queria ser quando crescesse e mamãe disse que ele era muito pequeno para saber. Ele balançou o vestido de mamãe e respondeu: eu quero ser padre”, recordou Maria José Pinto Carvalheira, uma das irmãs dele.

O religioso estudou filosofia e teologia em Roma, onde foi ordenado e morou por oito anos. Atuou como bispo de Guarabira por 20 anos e arcebispo da Paraíba por dez anos, além de ter sido secretário da Regional Nordeste 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), informou Maria José.

“Sou amiga da família e aos 7 anos de idade falei para ele que iria casar quando ficasse grande. E ele disse que ia celebrar o meu casamento. Em 5 de dezembro de 1970, dom Marcelo Carvalheira foi até Palmares (Mata Sul de Pernambuco) e fez a cerimônia”, afirmou a bancária aposentada Dora Oliveira, na Sé.

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