G1 Petrolina |
A vizinha de Cristiano, Josefa Peixoto, não quer conta com a manga estranha. Para ela, isso é coisa de outro mundo. “Isso é coisa do demônio. Tem o formato do diabo. É incrível uma coisa dessas. Eu não quero nem que entre lá em casa. Gosto nem de pegar. É horrível, acho feio. Credo”.
O engenheiro agrônomo Pedro Xisto esteve na fazenda onde a manga foi colhida. Após analisar a árvore e outras frutas que estão no mesmo pé, ele observa que “o fruto é verdadeiro, não existe nenhum tipo de montagem. Observamos o fruto com cautela, não tenho dúvida que é verdadeiro”, garante.
Xistos explica que as frutas podem apresentar má formação. “A má formação de frutas é comum, mas como ela não é comercializada, é destinada para a indústria, fica pouco vivenciada pela comunidade local. O fruto mal formado existe em uma proporção de 0,001% aqui nas empresas de exportação de manga”. O Vale do São Francisco é responsável por 95% das mangas exportadas in natura do Brasil. As frutas da região são vendidas para a Europa, Ásia e Estados Unidos.
Para o agrônomo, o que pode ter acontecido com a manga encontrada na zona rural de Petrolina foi um problema na fase inicial de formação do fruto. “Ocorreu algum tipo de falha na polinização, fazendo com que ocorresse um crescimento no local indesejado, formando um fruto de má qualidade para a comercialização de frutas. Apesar dessas estruturas crescerem de uma forma errônea, esse fruto é comestível”.Apesar da explicação do profissional, garantindo que a manga estranha é comestível, a mãe de Cristiano já se decidiu. “Não comeria essa manga de jeito nenhum”, garante dona Maria.
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