Foto: Bobby Fabisak
JC
As falhas em parte das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019, e consequentemente, a suspensão da divulgação dos resultados do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) 2020 - que foi liberada nesta terça-feira (28) pelo presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o ministro João Otávio de Noronha - tem colocado em xeque a permanência do ministro da Educação, Abraham Weintraub, no cargo. Com esse cenário de crise, nomes começam a ganhar força, entre eles o do ex-ministro da pasta Mendonça Filho (DEM).
De acordo com informações do correspondente da Rádio Jornal em Brasília, Romoaldo de Souza, fontes próximas do Palácio do Planalto afirmam que o grande impasse que pesa sobre a definição de Mendonça - que foi ministro do MEC no governo de Michel Temer (MDB) -, é o seu partido, o DEM. A sigla já ocupa três ministério no governo Bolsonaro: Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Luiz Henrique Mandetta (Saúde) e Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Além disso, o Democratas também detém as presidências da Câmara dos Deputados, com o deputado federal Rodrigo Maia (RJ) e do Senado Federal, com o senador Davi Alcolumbre (AP).
Nesta manhã, após retornar de sua primeira viagem oficial à Índia, o presidente afirmou que as falhas na correção das provas do Enem “não podem acontecer”. “Eu quero realmente é apurar e chegar no final da linha para falar com propriedade. Se for nossa (culpa), assume. Se for de outros, mostrar com provas o que houve”, declarou Bolsonaro a jornalistas que estavam na entrada da residência oficial do Palácio da Alvorada. Sobre a possível demissão do ministro Abraham Weintraub, ele também disse que “todas as cartas estão na mesa” para a investigação, e que por enquanto, o ministro será mantido no cargo.
DE VOLTA AO MEC
Com seu nome colocado na disputa a Prefeitura do Recife, Mendonça Filho, foi procurado pela reportagem, mas afirmou que não iria comentar a indicação. Essa não é a primeira vez que o ex-ministro tem seu nome cotado para retornar ao Ministério da Educação (MEC). No período de transição do governo, ele participou ativamente desse processo para auxiliar a equipe de Bolsonaro.No entanto, o escolhido sob argumento de ser um quadro técnico foi Ricardo Vélez Rodríguez - exonerado no dia 8 de abril, com menos de três meses de governo.
Entre as marcas da gestão de Mendonça Filho à frente da pasta (assumida em maio de 2016 e entregue em abril de 2018 para concorrer ao Senado) está a homologação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do ensino infantil e fundamental, aprovada em 2017, o encaminhamento da BNCC do Ensino Médio, que posteriormente foi aprovada em 2018, e a reforma do Ensino Médio.
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