domingo, 12 de abril de 2020

Pesquisador da Fundaj alerta para impactos do possível rompimento de barragem no Agreste de PE

Barragem em Águas Belas, Pernambuco, com risco de rompimento  — Foto: Divlgação/Secretaria de Infraestrutura e Recursos Hídricos de Pernambuco
Foto: Divlgação/Secretaria de Infraestrutura e Recursos Hídricos de Pernambuco
Uma pesquisa emergencial da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) analisou os impactos sociais e ambientais do possível rompimento da Barragem de Ipanema, localizada em Águas Belas, no Agreste do estado. Segundo o pesquisador e especialista em barragens Neison Freire, além do município pernambucano, três cidades alagoanas e o Rio São Francisco sofreriam os impactos. 
No dia 3 de abril, Secretaria Estadual de Infraestrutura e Recursos Hídricos (Seinfra) informou que a barragem estava em estado de emergência. A chuva dos dias anteriores havia feito o reservatório transbordar. Naquela ocasião, o governo estadual orientou a retirada imediata de famílias nas comunidades ribeirinhas.
Barragem em Águas Belas, PE, apresenta fissuras e rachaduras — Foto: Defesa Civil
Barragem em Águas Belas, PE, apresenta fissuras e rachaduras — Foto: Defesa Civil
O Globocop fez imagens, neste sábado (11), da barragem, que tem 50 anos. Era possível ver a barragem vertendo e o grande volume de água. "Há um risco, uma probabilidade alta de ter esse rompimento, que pode ser brusco ou por etapa", explicou o pesquisador.
Segundo o estudo da Fundaj, a bacia do Rio Ipanema tem mais de 6 milhões de quilômetros quadrados e fica inserida entre os municípios de Pedra e Águas Belas, no Agreste. Apesar do risco de um acidente, o Globocop mostrou que pessoas continuavam a passar pela ponte que fica sobre a barragem. Havia também pessoas dentro do Rio Ipanema.O pesquisador apontou que, caso a barragem se rompa, além de Águas Belas, três localidades alagoanas seriam atingidas seriamente: Poço das Trincheiras, Santana do Ipanema e Batalha. Ele apontou que é preciso se preparar com antecedência para esses moradores não serem surpreendidos caso nos próximos dias volte a chover forte nesta região.
"[É preciso] o monitoramento 24 horas da barragem e algum sistema de alerta precoce possa ser emitido para ter um tempo de aviso a essas cidades que ficam após a barragem. lembrando que falamos de cidades que tem um perfil de alta vulnerabilidade social, com população morando em comunidades ribeirinhas", afirmou.
O material que pode ser arrastado com o possível rompimento da barragem pode ser levado para uma distância de 95 quilômetros e chegar ao Rio São Francisco e, depois, percorrer mais 35 quilômetros e chegar ao oceano atlântico.
"É preciso alertar que vem uma série de detritos, além da água. Não somente água, troncos de árvore, restos de construção, detritos que destroem mais do que água", apontou.
Em nota, a Seinfra informou que segue monitorando a Barragem de Ipanema e "que está trabalhando na elaboração de um projeto para a recuperação emergencial do reservatório". "A expectativa dos técnicos é a de que o projeto seja finalizado em 15 dias. O acompanhamento da situação da barragem é contínuo e é realizado com o apoio da Prefeitura de Águas Belas, da Agência Nacional de Águas (ANA), da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) e da Defesa Civil Estadual", disse. G1 PE

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