sexta-feira, 3 de julho de 2020

Família diz que relação entre neto que desenterrou avó no AM era de 'amor e cumplicidade'; homem trata esquizofrenia

Homem foi criado por avó e familiares contam que, graças à ela, ele 'venceu na vida'. — Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Arquivo Pessoal
Criado pela avó desde que nasceu, André Augusto Januário da Silva, de 35 anos, tinha uma relação muito próxima com a idosa, conforme relatou a mãe dele, a pedagoga Damiana Januário da Silva, de 55 anos. O homem, que possui esquizofrenia, foi detido na última quinta-feira (2) após desenterrar a avó da sepultura, dançar com o corpo e dizer que queria doar os próprios órgãos a ela para trazê-la de volta à vida.
Em entrevista  nesta sexta-feira (3), a mãe dele contou que a relação dos dois era de amor e cumplicidade. A idosa morreu em 2018, aos 82 anos, após lutar por três meses contra um câncer. Damiana contou que André nunca aceitou ou entendeu a partida da avó, pois além de os dois serem muito unidos, a doença dele dificultava esse entendimento.
Ainda segundo ela, foi graças à criação da avó que o homem conseguiu ‘vencer na vida’ e se tornar ‘uma pessoa melhor’. Ele sempre agradeceu e disse que nunca deixaria a avó, por ela ter cuidado dele desde o nascimento.
Segundo a família, André foi diagnosticado com esquizofrenia aos 17 anos, e, desde então, passa por tratamento no Centro Psiquiátrico Eduardo Ribeiro. A mãe disse que gostaria de internar o filho em uma clínica particular, mas não possui dinheiro para pagar o tratamento.
O processo de superação de luto é diferente para cada pessoa, segundo afirmou o psiquiatra e psicoterapeuta Wilson Gonzaga. Ele explicou que, no caso de André, apenas o tratamento adequado é a solução para manter o controle da realidade.
Segundo o especialista, a esquizofrenia é um distúrbio mental crônico que é caracterizada por desagregação do pensamento, ou seja, pessoa com pensamento completamente incoerente por delírio e alucinações. A causa da doença ainda é desconhecida, mas fatores como genética, ambiente, estrutura e química cerebrais alteradas podem influenciar. Segundo Gonzaga, somente a medicação pode trazer ele para o mais perto possível da realidade. G1 AM

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