sábado, 5 de junho de 2021

Antonio de Pádua deixa a Secretaria de Defesa Social

 


Diante da repercussão do episódio de violência policial praticado contra manifestantes no último sábado, no centro do Recife, o secretário de Defesa Social, Antônio de Pádua, colocou o cargo à disposição no início da tarde desta sexta-feira. O governador Paulo Câmara aceitou e nomeou para responder pela SDS o atual secretário executivo, Humberto Freire.


Foi a segunda mudança consecutiva na pasta de Defesa Social, já que durante a manhã desta sexta-feira (04.06), o governador Paulo Câmara já havia empossado o coronel Roberto Santana como novo comandante da Polícia Militar, em substituição ao coronel Vanildo Maranhão.

“Quero agradecer ao secretário Pádua por todo o seu trabalho em defesa do Pacto pela Vida nesses quatro anos, e ressaltar que a missão dada ao secretário Freire e ao comandante Roberto é que o episódio do último sábado não seja esquecido, para que nunca se repita. Os protocolos precisam ser revistos para que um comando de tropa na rua não possa se sentir autônomo a ponto de agir da maneira que agiu”, afirmou o governador.

O delegado da Polícia Federal Antônio de Pádua estava à frente da Secretaria de Defesa Social desde 1º de julho de 2017.O secretário interino Humberto Freire também é delegado federal e fazia parte da equipe de Pádua desde o início da gestão dele.
 
Desgaste
 
A imagem de Pádua ficou desgastada não só pelo uso exagerado da força por parte do Batalhão de Choque no último sábado, mas por uma pergunta central ainda não respondida: Quem deu a ordem para os policiais atirarem balas de borracha contra os manifestantes na Ponte Princesa Isabel? Durante a operação, o então secretário encontrava-se na sede da secretaria concedendo uma entrevista, ao vivo sobre o monitoramento nas praias por causa do atual decreto que veta o acesso a esses locais nos finais de semana até o próximo fim de semana.
 
Em áudio divulgado na quinta-feira (3), Pádua explicou que há uma hipótese de que a ordem partiu do próprio comando de campo em reação a atitudes dos manifestantes. "O que foi relatado pelo comandante operacional é que teria havido agressão por parte dos manifestantes e, daí tomou-se a decisão de uso de força progressiva. Mas temos que confrontar isso com imagens e outros depoimentos. Não partiu de mim nem do grupo que estava comigo no centro de comando qualquer autorização para uso de força".
 
Na ocasião, a operação do Choque deixou um saldo de dois homens atingidos nos olhos: Jonas Correia de França, 29 (olho direito) e Daniel Campelo, de 51 (olho esquerdo). A vereadora do Recife, Liana Cirne (PT) recebeu um jato de spray de pimenta no rosto. 
 
Em nota, divulgada para a imprensa no início da noite, o ex-secretário repudia a ação no protesto e agradece ao governador e toda a equipe da SDS. Ao final, resume que seu ciclo na pasta está completo.Diário de PE

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