Crismilly Pérola também era conhecida como Bombom ou Piu-piu — Foto: Reprodução/WhatsApp |
Uma mulher trans foi assassinada com um tiro, nesta segunda (5), na comunidade Beira Rio, na Várzea, Zona Oeste do Recife. A cabeleireira de 37 anos usava o nome social de Crismilly Pérola e também era conhecida como Bombom ou Piu-piu. A família acredita que crime foi motivado por transfobia, que ocorre quando há preconceito contra quem se identifica como transgênero.
Esse é o terceiro caso grave de violência contra mulheres trans, em menos de um mês. Em 18 de junho, o corpo de Kalyndra Selva foi encontrado dentro de casa, no Ipsep, na Zona Sul do Recife. Em 24 do mesmo mês, Roberta da Silva teve 40% dos corpo queimado por um adolescente, no Centro.
As investigações do caso de Crismilly foram iniciadas pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
De acordo com o perito criminal Diego Nunes, do Grupo Especializado de Perícias em Homicídios (GEPH), do DHPP, o corpo foi encontrado às margens do Rio Capibaribe.
"A vítima tinha um disparo provocado por arma de fogo na mão que trasfixou e atingiu o pescoço. Ela estava usando um short jeans e um short, não tinha nenhum sinal de violência sexual", destacou.
Segundo a família, ela havia saído de casa, onde morava com a família perto do local, a noite, dizendo que iria para a casa de amigos.
Prima da cabeleireira, Jennnifer Matos, 25, contou que ela tinha sido vítima de transfobia recentemente e chegou a ser hospitalizada porque fraturou um dos braços. A família acredita que a motivação foi a mesma.
"Foi há um mês, em uma briga na Várzea também. Atentaram contra a vida dela. E o motivo pelo que a gente sabe foi transfobia. Ela contava a mãe que sempre sofria xingamentos no meio da rua, sempre tinha isso. A gente espera que a polícia investigue e identifique os culpados. Ela era uma pessoa muito querida", disse.
Outros casos
No fim do mês passado uma mulher transexual foi queimada viva enquanto dormia nas proximidades do Cais de Santa Rita, no centro do Recife. Roberta Nascimento, 32, teve mais de 40% do corpo queimado e precisou amputar os dois braços. Ela está internada no Hospital da Restauração. O estado de saúde é considerado grave.
Também em junho, uma mulher trans foi encontrada morta dentro de casa, no Ipsep, na Zona Sul do Recife. O companheiro dela é o principal suspeito de cometer o crime. G1 PE
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