Foto: Sean BLOCKSIDGE / WESTERN AUSTRALIA DEPARTMENT OF FIRE AND EMERGENCY SERVICES / AFP |
Os últimos sete anos foram os mais quentes do mundo desde registros que datam de 1850, alerta a agência climática europeia Copernicus Climate Change Service. Divulgado ontem, o relatório feito pelo serviço de monitoramento do clima da União Europeia também mostra um aumento na quantidade de dióxido de carbono na atmosfera, além de um acréscimo "substancial" na produção de gás metano.
As análises, que são feitas anualmente, mostram que 2021 foi o quinto ano mais quente já registrado na história, superando, por exemplo, 2015 e 2018. "O ano de 2021 foi mais um de temperaturas extremas, com o verão mais quente da Europa, ondas de calor no Mediterrâneo, sem mencionar as altas temperaturas sem precedentes na América do Norte", enfatiza, em comunicado, Carlo Buontempo, um dos diretores do Copernicus.
O documento ressalta, ainda, que, nos últimos anos, diversos países têm sido atingidos por desastres climáticos relacionados ao aumento das temperaturas, como os incêndios florestais recordes na Austrália e as chuvas intensas que causaram inundações na Ásia, na África, na Europa e também nos Estados Unidos. "Esses eventos são um forte lembrete do quanto é necessário mudar nossos caminhos, dar passos decisivos e eficazes em direção a uma sociedade sustentável e trabalhar para reduzir as emissões de carbono", afirma Buontempo.
Na mesma linha, em entrevista ao jornal The Guardian, Rowan Sutton, pesquisador do clima e professor da Universidade de Reading, no Reino Unido, lembra a importância da adoção de práticas mais sustentáveis. "Devemos ver os eventos recordes de 2021, como a onda de calor no Canadá e as inundações na Alemanha, como um 'soco na cara', fazendo com que os políticos e o público acordem para a urgência da emergência climática", diz o também integrante do grupo de estudo.
Pode piorar
A equipe europeia monitora as concentrações dos gases de efeito estufa. Nesse último relatório, constatou-se um aumento nas taxas de dióxido de carbono (CO2) e de metano, sem indícios de diminuição para os próximos anos. De acordo com o relatório, o metano apresentou uma alta "muito substancial" e alcançou um recorde anual de cerca de 1.876 partes por bilhão (ppb). Essa taxa corresponde a mais do que o dobro da taxa média de crescimento anual observada nos 17 anos anteriores.
Segundo os autores, o fenômeno é preocupante, considerando que o metano é um dos protagonistas do aquecimento global, sendo, inclusive, mais agressivo que o dióxido de carbono. Esse gás é gerado principalmente por indústrias, na exploração de combustível fóssil e na criação de gado. A redução das emissões foi uma das principais pautas da última Conferência sobre o Clima, a COP26, realizada no ano passado. Durante o evento, os mais de 100 países participantes se comprometeram a reduzir pelo menos 30% da produção de metano nesta década.Diário de PE
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