quinta-feira, 28 de julho de 2022

Bebê leva corte no pescoço em parto no Hospital da Mulher do Recife

 

Imagem de arquivo da fachada do Hospital da Mulher do Recife — Foto: Andréa Rêgo Barros/Divulgação

Um bebê levou um corte no pescoço durante um parto realizado na terça (26), no Hospital da Mulher do Recife (HMR), no Curado, na Zona Oeste. A prefeitura informou, nesta quarta (27), que a criança foi levada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da mesma unidade.

Jamerson contou que a mãe do bebê, a dona de casa Isabela da Silva Lima, 38, entrou em trabalho de parto e foi para a Policlínica e Maternidade Professor Arnaldo Marques, no bairro do Ibura, na Zona Sul da cidade.

Ao chegar lá, a pressão da gestante subiu e ela foi transferida para o Hospital da Mulher, onde foi realizada uma cesariana. O casal, que já tem uma filha de 18 anos, decidiu que o menino irá se chamar Adam. O pai, por acreditar que não poderia entrar na sala de parto com o celular, não fez nenhuma foto ou vídeo. O que diz o hospital

Por nota, a Secretaria de Saúde do Recife, que administra o hospital, confirmou que o bebê foi ferido durante o parto e disse que "lamenta o ocorrido".

No comunicado, a secretaria afirmou que, após ser transferida, em trabalho de parto, por apresentar intercorrência de uma gestação de alto risco, a gestante "foi submetida a uma cesariana e o procedimento foi realizado com dificuldade técnica".

De acordo com o comunicado, durante as manobras, "houve uma pequena lesão na região cervical do bebê, que foi prontamente identificada pela equipe".

A Secretaria de Saúde do Recife declarou, ainda, que o recém-nascido recebeu toda assistência necessária e, neste momento, está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HMR e "passa bem".

"Após análise da equipe médica da unidade, foi constatado que ele não apresenta nenhum dano neurológico e que não há risco de desenvolver sequelas em função da intercorrência. A Secretaria reforça que está prestando todo auxílio para a mãe e o bebê", informou, na nota.

Medida jurídicas

Os pais do recém-nascido procuraram uma advogada e avaliam quais medidas jurídicas serão tomadas para assegurar os direitos do filho.

O pai ficou revoltado com a afirmação de Secretaria de Saúde do Recife de que o filho sofreu um "pequeno corte". Segundo ele, o bebê precisou levar dois pontos no esôfago e de cinco a seis no pescoço.

"Nesse exato momento, estou com a nossa advogada. A gente vai ter uma assistência jurídica e a gente não sabe como vai ser a história do meu filho depois. Se ele vai ter alguma sequela e se vai precisar de assistência", declarou. Há muitas situações que podem ser consideradas violência obstétrica. Em entrevista para a TV Globo, a gerente geral Atenção Integral à Saúde do Recife, Érika Siqueira, afirmou que isso inclui todo tipo de violação de direitos durante a gestação, o parto e o puerpério. Isso inclui violências psicológica, verbal e física (veja vídeo acima).

Ao perceber violações de direitos, os acompanhantes devem intervir diretamente com a equipe. Além disso, é importante recorrer à direção da unidade de saúde. Hospitais particulares têm ouvidorias e há, ainda, a Ouvidoria do Sistema Único de Saúde (SUS).

No caso da Ouvidoria do SUS, o atendimento pode ser feito pela internet e pelo telefone 136, o Disque Saúde. O atendimento pelo telefone é das 8h às 20h, de segunda a sexta, e das 8h às 18h, aos sábados.G1 PE

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