quinta-feira, 22 de junho de 2023

Operação interdita 28 laboratórios clandestinos que fabricavam lentes de óculos

 

Laboratório clandestino funcionava no bairro da Boa Vista, área central do Recife — Foto: Polícia Civil/Divulgação 

Uma operação da Polícia Civil resultou na interdição de 28 laboratórios clandestinos que fabricavam lentes para óculos no Recife. Após a fiscalização, 66 pessoas, entre trabalhadores e proprietários desses locais, foram levadas para a Delegacia do Consumidor (Decon) por causa do flagrante de crime ambiental.

A Operação Arcanjo foi realizada na terça (20), no Edifício São Rafael, localizado na Rua do Hospício, no bairro da Boa Vista, no Centro do Recife. Os detalhes foram divulgados nesta quarta (21) pela Polícia Civil, que não informou os nomes das pessoas nem dos laboratórios envolvidos. Segundo o delegado Hilton Lira, os laboratórios não eram licenciados e utilizavam substâncias tóxicas na fabricação das lentes de forma irregular

Ainda sobre o descarte, Hilton Lira afirmou que a equipe responsável pela operação flagrou as substâncias tóxicas sendo despejadas diretamente na rede de esgoto.

"O descarte que nós pudemos presenciar era feito na rede da Compesa [Companhia Pernambucana de Saneamento], ou seja, colocando todo produto tóxico no esgoto público, contaminando o sistema de saneamento básico do município do Recife, assim também como, possivelmente, nosso lençol freático", detalhou o delegado, que acrescentou que alguns laboratórios funcionavam de forma irregular há mais de 20 anos.

 

Lentes eram fabricadas em laboratório clandestino — Foto: Polícia Civil/Divulgação 

Segundo os bombeiros, o prédio não oferecia as condições mínimas de segurança.

"A falta do sistema SPDA - que é o para-raios. O sistema de bombas de combate a incêndio começou a ser instalado num local diferente do projeto aprovado pelo Corpo de Bombeiros e não está funcionando. Foram encontrados também extintores vencidos, rotas de fuga obstruídas com bicicletas, escadas sem corrimãos", explicou o coronel Aldo Silva, do Centro de Atividades Técnicas dos Bombeiros.

As empresas também apresentavam condições sanitárias consideradas inadequadas, que poderia apresentar riscos para os clientes dos laboratórios, segundo a Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa).

Além da Polícia Civil, também participaram da operação equipes das seguintes instituições:

 

    Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa);

    Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH);

    Secretaria de Controle Urbano do Recife (Secon);

    Programa de Orientação, Proteção e Defesa do Consumidor (Procon);

    Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea);

    Corpo de Bombeiros. Na Decon, foram elaborados os Termos Circunstanciados de Ocorrência (TCO) em flagrante delito. Os laboratórios clandestinos foram multados e devem sofrer sanções administrativas aplicadas p"Elas [as 66 pessoas] assinaram o termo de compromisso a comparecimento em juízo pelo crime ambiental. Prosseguem as investigações em relação aos demais crimes existentes nessa fabricação: crimes contra a ordem econômica e contra a propriedade imaterial, que é a possibilidade de que estivessem sendo colocadas marcas registradas e reconhecidas nas lentes", afirmou Hilton Lira. elas instituições que participaram da operação.G 1 PE

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