Laboratório clandestino funcionava no bairro da Boa Vista, área central do Recife — Foto: Polícia Civil/Divulgação |
Uma operação da Polícia Civil resultou na interdição de 28 laboratórios clandestinos que fabricavam lentes para óculos no Recife. Após a fiscalização, 66 pessoas, entre trabalhadores e proprietários desses locais, foram levadas para a Delegacia do Consumidor (Decon) por causa do flagrante de crime ambiental.
A Operação Arcanjo foi realizada na terça (20), no Edifício São Rafael, localizado na Rua do Hospício, no bairro da Boa Vista, no Centro do Recife. Os detalhes foram divulgados nesta quarta (21) pela Polícia Civil, que não informou os nomes das pessoas nem dos laboratórios envolvidos. Segundo o delegado Hilton Lira, os laboratórios não eram licenciados e utilizavam substâncias tóxicas na fabricação das lentes de forma irregular
Ainda sobre o descarte, Hilton Lira afirmou que a equipe responsável pela operação flagrou as substâncias tóxicas sendo despejadas diretamente na rede de esgoto.
"O descarte que nós pudemos presenciar era feito na
rede da Compesa [Companhia Pernambucana de Saneamento], ou seja, colocando todo
produto tóxico no esgoto público, contaminando o sistema de saneamento básico
do município do Recife, assim também como, possivelmente, nosso lençol
freático", detalhou o delegado, que acrescentou que alguns laboratórios
funcionavam de forma irregular há mais de 20 anos.
Lentes eram fabricadas em laboratório clandestino — Foto: Polícia Civil/Divulgação
Segundo os bombeiros, o prédio não oferecia as condições mínimas de segurança.
"A falta do sistema SPDA - que é o para-raios. O sistema de bombas de combate a incêndio começou a ser instalado num local diferente do projeto aprovado pelo Corpo de Bombeiros e não está funcionando. Foram encontrados também extintores vencidos, rotas de fuga obstruídas com bicicletas, escadas sem corrimãos", explicou o coronel Aldo Silva, do Centro de Atividades Técnicas dos Bombeiros.
As empresas também apresentavam condições sanitárias consideradas inadequadas, que poderia apresentar riscos para os clientes dos laboratórios, segundo a Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa).
Além da Polícia Civil, também participaram da operação
equipes das seguintes instituições:
Agência
Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa);
Agência Estadual
de Meio Ambiente (CPRH);
Secretaria de
Controle Urbano do Recife (Secon);
Programa de
Orientação, Proteção e Defesa do Consumidor (Procon);
Conselho Regional
de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea);
Corpo de
Bombeiros. Na Decon, foram elaborados os Termos Circunstanciados de Ocorrência
(TCO) em flagrante delito. Os laboratórios clandestinos foram multados e devem
sofrer sanções administrativas aplicadas p"Elas [as 66 pessoas] assinaram
o termo de compromisso a comparecimento em juízo pelo crime ambiental.
Prosseguem as investigações em relação aos demais crimes existentes nessa
fabricação: crimes contra a ordem econômica e contra a propriedade imaterial,
que é a possibilidade de que estivessem sendo colocadas marcas registradas e
reconhecidas nas lentes", afirmou Hilton Lira. elas instituições que
participaram da operação.G 1 PE
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