Professores votaram pela deflagração de greve (Foto: Marina Torres/DP Foto) |
Em assembleia realizada pelo Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (Simpere), na tarde desta sexta-feira (9), a categoria rejeitou a proposta de reajuste salarial oferecida pela Prefeitura do Recife e deflagrou a greve dos professores das escolas públicas do município.
Com isso, as atividades já serão paralisadas a partir da noite desta sexta, por tempo indeterminado.
A assembleia, realizada no Clube Português, no bairro das Graças, contou com cerca de dezenas profissionais da educação municipal que votaram pela paralisação.A categoria, que entrou em estado de greve no dia 10 de abril, realizou uma primeira assembleia, na última terça, com mais de 1.500 votos em favor da adesão à greve.
"A deflagração é imediata, então a gente vai suspender as atividades e a partir de segunda-feira as escolas estão totalmente paradas", destaca a coordenadora geral SIMPERE, Anna Davi."Hoje a gente imaginava que a Prefeitura trouxesse o percentual do piso na carreira. Então foi frustrada a negociação porque a prefeitura sequer apresenta esse reajuste do piso nos níveis iniciais. Então a gente tem um piso salarial que é nacional e que a prefeitura não apresenta proposta de cumprimento. Hoje o sentimento é de frustração e indignação porque a gente já está em maio e a Prefeitura não apresenta uma resposta concreta para essa pauta", afirma a coordenadora geral Simpere.
Esta semana, docentes não aceitaram a proposta de reajuste salarial de apenas 1,5%, apresentada pela gestão do prefeito João Campos (PSB). Além do reajuste, a proposta inclui R$ 1 de aumento no tíquete-alimentação, o que também gerou críticas entre os educadores.Os professores, segundo o Simpere, apontam que uma lei federal garante 6,27% de reajuste. A Lei Federal citada pelos docentes é a nº 11.738/2008, que determina o Piso Salarial Profissional Nacional do Magistério, com impacto em toda a carreira e pagamento retroativo a janeiro.
Além das reivindicações financeiras, o Simpere também denuncia as condições precárias de trabalho nas escolas municipais. Entre os principais problemas apontados estão a falta de auxiliares em sala de aula para estudantes com deficiência e a ausência de infraestrutura adequada para o funcionamento das unidades escolares.
Prefeitura "estranha" greve dos professores
Por meio de nota, a prefeitura informou que "estranha e lamenta a deflagração da greve com as negociações em andamento, pois entende que a medida impacta diretamente a vida de milhares de estudantes que podem ter prejuízos de aprendizagem, problemas no cumprimento do calendário do ano letivo, além de prejuízos no acesso à alimentação escolar".
A gestão ressaltou que "todos os profissionais de educação da rede municipal do Recife recebem o piso salarial ou acima do piso salarial da categoria, conforme determinado pela lei federal 11.738/08. Os dados, inclusive, estão disponíveis no Portal da Transparência da Prefeitura do Recife". Diário de PE
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