segunda-feira, 17 de novembro de 2025

Carroceiros iniciam manifestação pela revogação da lei de proibição de veículos de tração animal no Recife

 

A concentração aconteceu na Rua Aparecida de Minas, no bairro do Bongi, na Zona Oeste do Recife (Foto: Marina Torres/DP Foto)

Os carroceiros do Recife deram início na manhã desta segunda (17) a uma passeata com destino a Câmara de Vereadores do Recife, no centro da cidade, em protesto contra a lei que irá proibir veículos de tração animal na capital pernambucana. A legislação está marcada para entrar em vigor em 31 janeiro de 2026.

A concentração aconteceu na Rua Aparecida de Minas, no bairro do Bongi, na Zona Oeste do Recife.

“Estamos fazendo essa manifestação por conta da falta de diálogo da prefeitura junto com a classe, porque vale salientar que não é só o carroceiro que tá sendo prejudicado com essa lei arbitrária, tem várias outras pessoas que dependem do animal”, destacou Eklesiartes da Silva, um dos representantes dos carroceiros.

Cadastro

As manifestações coincidem com o início do novo censo dos condutores de tração animal da Prefeitura do Recife. A nova etapa de cadastro vai desta segunda (17) até o dia 10 de dezembro.

Segundo a gestão municipal, o cadastro, que tem o objetivo de identificar tutores e mapear a quantidade de cavalos e carroças, é obrigatório para que os carroceiros possam ter acesso aos benefícios do Programa Gradual de Retirada de Veículos de Tração Animal, que prevê a proibição completa da atividade em 31 de janeiro de 2026.

Quem atender aos requisitos poderá receber indenização pela entrega voluntária do animal e da carroça, no valor de R$ 1,2 mil por unidade. Na primeira fase do programa, apenas seis dos 32 condutores cadastrados receberam indenização de R$ 1,2 mil por cada cavalo e carroça, o que totalizou em seis cavalos e cinco carroças.

Eles também foram encaminhados para vagas de emprego na limpeza urbana, tiveram acesso a microcrédito e receberam bicicletas elétricas. Apesar disso, os manifestantes alegam que terão 60 parcelas de R$100 por cada bicicleta.

“Querem tirar os cavalos da gente, que recicla papelão, por conta de pessoas que infelizmente maltratam os animais, e querem dar uma bicicleta para que os carroceiros paguem 60 vezes de R$100. Não temos condição de pagar R$ 6 mil”, ressaltou Anderson Rodrigues, que trabalha com carroceiros há 9 anos.

O programa oferece ainda cursos de formação e apoio ao empreendedorismo, com mais de 60 opções de qualificação profissional e distribuição de kits de trabalho. Diário de PE

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