quarta-feira, 20 de julho de 2016

Só a conta de energia da transposição vai custar R$ 300 milhões ao ano



Estação de bombeamento da transposição. Foto: Guilherme Rosa/PR


Se todo mundo só pensa nos louros políticos da transposição do São Francisco, quase ninguém fala publicamente do problema nos bastidores da obra. O presidente interino, Michel Temer (PMDB), precisa resolver outro nó da obra além da conclusão do projeto: a conta do funcionamento dos canais, aquedutos e bombas de água. Só a conta de luz das gigantes motobombas vai custar em torno de R$ 300 milhões ao ano. Fora a vigilância e a manutenção de canais, túneis e açudes.
A questão foi levada ao núcleo de infraestrutura, no último dia 27, pelo ministro da Integração, Helder Barbalho (PMDB). As gestões Lula e Dilma Rousseff, do PT, iniciaram a formatação da fase de funcionamento. Mas nada foi concluído.
Pelo arranjo deixado em aberto, a conta seria cobrada todos os meses na fatura do cidadão de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, através de companhias como a Compesa. Mas calma. Pernambuco não teve as obras prometidas nas gestões do PT para pode receber a água do rio. Ela só vai sair daqui para os outros Estados. E Pernambuco, sem água da obra, já vai pagar em 2017?
O prazo atual da obra pode até não sair, mas o debate tem de ser concluído. Essa água, atrasada, é urgente. E custará caro.
Em 2010, a Fundação Getúlio Vargas calculava em R$ 0,15 cada mil litros de água da transposição. Parece pouco, mas o custo é altíssimo. E a conta é de antes do pipoco da inflação e do atraso da obra, que sairia em 2012 por R$ 4,5 bilhões. O orçamento usado hoje, desatualizado, é de R$ 8,2 bilhões.
A gestão Dilma (PT) cogitou criar a Agnes, uma agência, só para tocar a transposição. Mas o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB), então ministro, deu o papel à Codevasf, agora sob a presidência de Kênia Marcelino, indicação socialista.Do JC

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