sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Quase 90% dos municípios pernambucanos têm registro de estupro em 2017


No total, são 1.739 casos em dez meses / Foto: Free Images

JC Online

Quase 90% das cidades pernambucanas tiveram registro de estupro, de janeiro a outubro de 2017. De acordo com os dados divulgados pela Secretaria de Defesa Social (SDS), nessa quarta-feira (15), dos 185 municípios do estado, apenas 21 permanecem sem denúncias desse tipo de crime.
Para se ter uma ideia mais exata do quanto a situação é alarmante (a quantidade nula de casos em algumas áreas ainda não é motivo suficiente para comemorar), é possível contabilizar que, por dia, quase seis mulheres são estupradas em Pernambuco; uma a cada quatro horas.


No total, são 1.739 casos em dez meses. O maior quantitativo foi em janeiro, com 195. De lá para cá, houve pouca variação (a menor quantidade foi em julho, com 140).
Esse dado, divulgado mensalmente pela Secretaria de Defesa Social, chega em um momento no qual a própria pasta informa que, nos dez meses do ano, foram registrados mais de 27 mil casos de violência contra a mulher (a maior quantidade fora do Recife, com 7.814, está em Caruaru, com 1.652 registros).

Durante todo 2016, houve 2.196 casos de estupro, 457 a mais do que este ano. Sobre os casos de violência doméstica e familiar, foram 31.081, 4.054 a mais do que os dez meses de 2017.

Fora da curva

A maior quantidade de municípios sem registros se concentra na região do Agreste, com sete cidades. No sertão, seis localidades; cinco na Zona da Mata e três na Mesorregião do São Francisco. Por outro lado, todo o interior do estado somado apresenta quantitativo maior de denúncias de estupro do que da Região Metropolitana: 876 contra 547.

Série de reportagens

No início de novembro, o Jornal do Commercio publicou uma série de reportagens sobre violência contra a mulher. "A Culpa não é delas" foi exibida na TV Jornal e Rádio Jornal, além de ter sido publicada no jornal impresso.
No material, foram feitos recortes e análises sobre o problema, que precisa de uma urgente solução. Em 2016, houve 111 homicídios identificados como feminicídios, quando a mulher é morta pela simples condição de ser mulher.

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