quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Ministério da Saúde cria plano para conter o sarampo no Brasil


Entre as estratégias adotadas para interrupção dos surtos da doença, está a vacinação com a tríplice viral em crianças de 6 meses a menores de 1 ano / Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
JC
Preocupado com o avanço dos casos de sarampo, o Ministério da Saúde criou um plano de ação para os próximos 15 dias, a fim de acelerar os trabalhos com foco na interrupção a circulação do vírus em território brasileiro. Nesta quinta-feira (22), o governo federal realiza reunião presencial, em Brasília, com os 11 Estados que apresentam transmissão ativa do vírus, incluindo Pernambuco, com cinco casos confirmados e outros 130 que permanecem em investigação. A superintendente de Imunização e Doenças Imunopreveníveis da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Ana Catarina de Melo, representa Pernambuco.
Entre as estratégias adotadas para interrupção dos surtos da doença, está a vacinação com a tríplice viral em crianças de 6 meses a menores de 1 ano e também a intensificação da vacinação em pessoas de até 49 anos. Mesmo com o sarampo no radar epidemiológico desde o ano passado, quando o País enfrentou a reintrodução do vírus, as autoridades de saúde não conseguiram deter a expansão da doença. O entrave é a baixa cobertura vacinal em vários municípios brasileiros. O Estado de Pernambuco é o único, entre os onze com transmissão ativa atualmente, que alcançou a meta de 95% de cobertura da tríplice viral nos últimos três anos. Ainda assim, percebe-se percentuais baixos em algumas cidades. Esse é um problema que precisa ser combatido, pois a cobertura deve ser homogênea. Não adianta o Estado ter, por exemplo, índices maiores do que 95% e, na lista de municípios, alguns aparecerem abaixo de 50%. O cenário heterogêneo traz um alerta sobre o risco de pessoas susceptíveis ao adoecimento.


“A prevenção do sarampo é simples e está disponível a todos, perto de nossas casas, em um posto de saúde. A doença é totalmente evitável por meio de uma vacina segura e eficaz, que ainda protege contra a caxumba e a rubéola. Mesmo assim, estamos registrando números preocupantes de cobertura vacinal em nossa população, o que cria bolsões de pessoas que podem contrair sarampo”, frisa o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo. Este ano, no Estado, a cobertura média da primeira dose da tríplice viral, em crianças de 1 ano, está em 85%. “Também é necessário chamar a atenção para a segunda dose. Só assim a criança estará efetivamente protegida. Para isso, precisamos que os municípios criem estratégias para chegar até esse público, como busca ativa ou ações de mobilização com os pais e responsáveis.”
O secretário ainda reforça que os profissionais de saúde devem aproveitar as idas de rotina da população aos postos e chamar a atenção para atualização da caderneta. “Nosso Programa Estadual de Imunização está atento para as coberturas vacinais e dialogando constantemente com os gestores municipais para que possamos atingir metas favoráveis”, acrescenta André Longo. 

Filas para vacinação

No Recife, as filas continuam a se formar nos postos de saúde, com pessoas de várias faixas etárias que buscam a tríplice viral. Entre as unidades mais procuradas, estão a Policlínica Albert Sabin, na Tamarineira, Zona Norte do Recife, a Lessa de Andrade, no bairro da Madalena, Zona Oeste da cidade. Nesta última, foi necessário abrir ontem duas salas de vacinação extras para dar conta da demanda. Foram 155 doses e, na terça-feira, 172 aplicações foram feitas. 
Na capital, todas os 170 postos da rede vacinam a população. “Já distribuímos as vacinas para este mês e ainda há cerca de 20 mil doses em estoque. Estamos abastecidos”, diz a coordenadora do Programa Nacional de Imunização do Recife, Elizabeth Azoubel. Ela acrescenta que, pela procura maior do que a esperada, alguns postos podem apresentar falta momentânea da tríplice viral, e esse déficit é logo reabastecido. 
"Vim fazer a vacinação de rotina da minha filha. Por coincidência, ela estava precisando da segunda dose da tríplice viral. É importante manter a caderneta atualizada para evitar doenças que, quando acontecem, são horríveis de tratar”, disse o farmacêutico Renan Ferraz, 28 anos, pai de Maria Raquel, 1 ano e 3 meses
"Trabalho numa empresa que fez ação de conscientização em São Paulo sobre a vacina. Pediram para replicar (a informação). Decidimos trazer logo nosso filho para imunizar. Minha esposa e eu também vamos nos vacinar”, disse o consultor de tecnologia da informação Jadir Carvalho Breda, 31, pai de Juca, 10 meses

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