terça-feira, 29 de junho de 2021

Aneel decide hoje o aumento da bandeira vermelha 2 nas contas de luz

 

Foto: Minervino Júnior / CB. DA Press

Prepare-se, porque a conta de luz vai ficar ainda mais cara. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deve decidir nesta terça-feira (29), durante a reunião ordinária da diretoria, o percentual de reajuste da bandeira tarifária vermelha nível 2, atualmente aplicada nas faturas de energia. De acordo com especialistas, a expectativa é de que, em vez da alta de 20% inicialmente cogitada, a agência decida por um reajuste bem maior, de 70%, que vai ter forte impacto na inflação.


Atualmente, o adicional da bandeira está em R$ 6,24 para cada 100 quilowatts consumidos por hora (kW/h). Essa taxa extra é utilizada para custear o acionamento das usinas térmicas a diesel e a gás, devido ao baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas, que, até o fim de 2021, deve atingir o menor patamar dos últimos 90 anos.

Se o reajuste de 70% for confirmado pela Aneel, a partir do próximo mês, a bandeira vermelha 2 passará para R$ 10,60, ou seja, serão R$ 4,36 a mais na conta por 100 kW/h de consumo. Com isso, uma pessoa que mora sozinha e consome cerca de 200 kWh por mês, por exemplo, vai ter um reajuste de quase 5% na fatura, que deverá passar de R$ 165, em junho, para R$ 173,72, em julho.

Em uma tentativa de explicar a atuação do governo, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, anunciou, ontem, em cadeia nacional de rádio e tevê, um “racionamento voluntário” que está sendo negociado com a indústria. “Estamos finalizando o desenho de um programa voluntário que incentiva as empresas a deslocarem o consumo dos horários de maior demanda de energia para os horários de menor demanda, sem afetar a sua produção e o crescimento econômico do país”, disse.

Ele pediu que a sociedade, no geral, também faça economia de água e energia elétrica, a fim de evitar problemas de grande impacto. “É fundamental que, além dos setores do comércio, de serviços e da indústria, todo cidadão-consumidor, participe desse esforço, evitando desperdícios no consumo de energia elétrica. Com isso, conseguiremos minimizar os impactos no dia a dia da população. O uso consciente e responsável de água e energia, reduzirá consideravelmente a pressão sobre o sistema elétrico, diminuindo também o custo da energia gerada”, completou.

A conta de luz mais salgada, porém, vai afetar praticamente todos os setores da economia. O economista-chefe do Banco Alfa, Luis Otavio de Souza Leal, que prevê um reajuste de 70% na bandeira, estima um impacto de 0,40 ponto percentual no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que deve passar de 5,80% para 6,20%. O teto da meta de inflação deste ano está em 5,25%. “Podemos ver isso como um copo meio cheio ou meio vazio. Se, por um lado, aumenta mais a inflação deste ano, que já está perdida mesmo, por outro, reduz o impacto para o ano que vem no IPCA”, afirmou. “Quanto maior for o valor da bandeira deste ano, menos resíduo deverá ser pago no ano que vem nos reajustes anuais das distribuidoras”, explicou. Diário de PE

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