domingo, 28 de agosto de 2022

Volta a Andar', Paciente Que Fez Primeiro Transplante Ósseo Pela Rede Pública Em Pernambuco

 

Nilsa Maria Gomes da Silva, de 51 anos, passou pelo primeiro transplante ósseo na rede estadual em Pernambuco — Foto: Reprodução/TV Globo

O Hospital Otávio de Freitas, no bairro de Tejipió, na Zona Oeste do Recife, realizou o primeiro transplante ósseo realizado na rede pública de saúde em Pernambuco. Nilsa Maria Gomes da Silva, de 51 anos, que recebeu o tecido, se emocionou após o sucesso da cirurgia. “Vai ser muito bom voltar a viver, voltar a andar”, afirmou.

Moradora de Petrolina, ela havia colocado uma prótese no quadril há cerca de 20 anos. “Ao longo desse período, a prótese vai se soltando. E aquele osso que está ao redor da prótese vai desaparecendo, vai sendo consumido. Porque a prótese vai mexendo ali e ela vai perdendo aquele estoque ósseo”, explicou o cirurgião Cláudio Marques, que integrou a equipe médica responsável pelo procedimento. O desgaste no osso provocava dor e dificultava a mobilidade de Nilsa, que tinha de usar uma muleta para se locomover. Por isso, os médicos chegaram à conclusão de que, além de trocar a prótese por uma nova, era necessário adicionar um enxerto ósseo para substituir o tecido que não existia mais.

Profissionais do Hospital Otávio de Freitas participaram do primeiro transplante ósseo na rede estadual em Pernambuco — Foto: Divulgação/SES

O material foi enviado do banco de ossos do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), no Rio de Janeiro. As inserções no fêmur e na bacia foram feitas no Recife, após o hospital conseguir uma autorização especial para o procedimento.

A substituição da prótese e o transplante duraram aproximadamente três horas. Dez profissionais de saúde participaram do procedimento, incluindo médicos, enfermeiros, técnicos, anestesistas e instrumentador cirúrgico. A cirurgia foi considerada um sucesso pelos médicos. “Eu estou muito grata, muito feliz”, afirmou Nilsa. “Eu não tinha apoio. Agora, vou fazer minhas coisas, vou trabalhar com meus cosméticos”, disse.

Após o sucesso da cirurgia, o Hospital Otávio de Freitas vai dar início ao processo de credenciamento, no Ministério da Saúde, para se tornar unidade de transplante de ossos. “Nós temos uma demanda muito grande de pacientes. Mas a gente não sabe a capacidade de fornecimento desses novos tecidos, porque existem poucos no Brasil”, afirmou Marques. Isso faz com que, além de burocráticos, os transportes dos tecidos sejam caros.

“Mas nós temos capacidade pessoal e física aqui no hospital de conseguirmos operar, porque existem filas enormes para esse problema”, assegurou o médico.G1 PE

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